Superdotação: dos mitos criativos a qualidade de vida

Superdotação e Criatividade

Como a superdotação evidencia a criatividade? Será que pessoas superdotadas não sofrem maior exigência para ser criativo ou ter um desempenho acima da média nas mais distintas áreas?

No episódio 23 do InsPiradas Podcast desmistificamos um pouco desse assunto e levantamos algumas características da criatividade que podem ser mais evidentes em superdotados. 

Confira os insights desse episódio onde tivemos a nossa primeira criança entrevistada.

Como a ideia desse episódio começou

Através de um atendimento a um cliente do Estúdio Lúmina, conhecemos a Alethea, co-autora do livro O Mundo Encantado de Liz e a Menina Anjinho Feliz, publicado pela Insight Editora

Essa história cheia de criatividade foi desenvolvida a partir de uma vivência com sua filha Angelina, que possui superdotação. E que com apenas 3 anos de idade, desenvolveu o imaginário da história em uma tarde de brincadeiras. 

Conhecendo a motivação da história e seus processos criativos, convidamos a Alethea e a Angelina para falar sobre esse tema que é pouco abordado e ainda envolve muitos mitos.

Entendendo a superdotação

Segundo a nossa convidada, a superdotação é inata, ou seja, o indivíduo já nasce com essa condição. Dessa forma, crianças com esse diagnóstico podem destacar-se em diversas áreas do conhecimento, possuir alta sensibilidade e emoções intensas, além de grande senso de justiça.

A criatividade nos superdotados costuma ser mais evidente no sentido de que conseguem propor soluções diferenciadas para algumas questões. Outro ponto é que têm maior facilidade para pensar em detalhes que outros não pensaram.

Geralmente, quando se tratam de crianças, são mais curiosas e buscam aprofundar-se nos conteúdos que têm interesse. De modo que é possível perceber essa condição já nos períodos iniciais da infância.

Como é feita a identificação de superdotados

A identificação é feita por meio de uma avaliação de potencial por um profissional da área da psicologia, onde observam-se as características dos indivíduos de forma qualitativa e quantitativa.

Seja para adultos como para crianças, o processo é similar. Mas devido a falta de identificação na infância, os adultos acabam percebendo a necessidade de descobrir se são superdotados ou não, ao levar seus filhos para uma avaliação.

Problemas da não identificação da superdotação 

Não buscar ajuda profissional adequada para diagnosticar a superdotação, traz problemas tanto para o desenvolvimento das crianças como para os adultos. Vejamos cada caso.

Crianças não identificadas

A falta de entendimento por parte dos cuidadores, pode gerar extremos emocionais para a criança por ambos não compreenderem que se trata de uma intensidade gerada pela superdotação.

Por possuírem uma maior seletividade e sensibilidade, determinados alimentos e roupas as incomodam. A não identificação acarreta situações que podem ser incompreendidas pelos pais, cuidadores e professores. 

Adultos não identificados

A falta de identificação leva a dificuldades na vida adulta, desde seu desenvolvimento profissional ao se deparar com a escolha de qual profissão se especializar, como no convívio social e relacionamentos.

Passar da infância à fase adulta sem o laudo correto leva a problemas como:  

  • ansiedade e depressão
  • sensação de não pertencimento, um adulto que não se encaixa
  • dificuldades para encontrar um parceiro
  • dificuldades para ter grupos de amizade
  • entre outros.

Por isso, nossa convidada ressalta que a identificação é extremamente importante. Seja pela qualidade de vida do indivíduo como para desenvolvimento do seu potencial de forma saudável. Citando Howard Gardner, pesquisador que desenvolveu a Teoria das Inteligências Múltiplas:

“É importante conhecer a inteligência predominante no indivíduo, porque você consegue direcionar o melhor do desempenho e produtividade desse indivíduo assim como também analisar o que está em déficit e trabalhar isso.” 

(Alethea Silveira)

Diante disso, passamos para um dos momentos do podcast de que mais gostamos: desvendar os mitos. Vejamos alguns que citamos durante esse episódio a seguir.

Mitos sobre a superdotação

Assim como tantos outros assuntos, a superdotação também possui seus mitos e expectativas errôneas ao seu redor.

Superdotados não precisam ser identificados

Ora, como já mencionado anteriormente, a identificação é extremamente importante para que crianças e adultos superdotados se desenvolvam adequadamente. A fim de buscar uma vida saudável em amplo espectro. 

Superdotação não precisa de acompanhamento

Essas pessoas se percebem diferentes desde crianças, por isso é necessário que elas compreendam que está tudo bem elas serem assim.

Ter um acompanhamento adequado, permite que a qualidade de vida e o seu desenvolvimento sejam potencializados e melhor acolhidos tanto na escola, como na família e na vida com um todo. 

Superdotados são gênios

Aqui, a Alethea dá ênfase para esse mito que é tão difundido em torno da superdotação: superdotados e gênios são coisas diferentes.

Isso porque são considerados gênios aqueles que trouxeram alguma contribuição que mudaram a humanidade. Ou seja, pessoas que já se desenvolveram intelectualmente. 

Leia também: Criatividade é a inteligência se divertindo

Já os superdotados têm alta capacidade intelectual mas ainda precisam de desenvolvimento. De modo que com os estímulos adequados cheguem a uma evolução emocional e intelectual sem uma exposição prejudicial.

Superdotação: dos mitos criativos a qualidade de vida

Pessoas com altas habilidades possuem um diferencial no que diz respeito à criatividade e como seus processos de raciocínio funcionam. No entanto, sem um acompanhamento adequado, podem se fechar e inibir sua inteligência para se adaptar ao meio.

Ter um ambiente receptivo às nuances de cada ser humano, sejam eles superdotados ou não, faz toda a diferença para promover o autoconhecimento e o desenvolvimento do potencial de cada um.

Os superdotados vêem cores onde ninguém vê, percebem coisas que os outros não prestam atenção. E será que com a criatividade também não é assim?

Conta pra gente o que você achou desse episódio e dos nossos insights.