6 livros sobre criatividade que você precisa conhecer

Você gosta de ler? Eu particularmente adoro. I like big books and I cannot lie. Ainda mais se forem livros sobre criatividade ou então que me ajude a expandir meu repertório.

Ainda que possamos aprender as coisas por diversos meios além da leitura, a experiência de ler é algo único. Ali é você, o texto e a sua bagagem, interagindo e formando novos conhecimentos. É um processo mágico!

Para te inspirar na sua jornada em descobrir mais sobre a criatividade, separei uma lista com 6 livros que contribuem bastante com as minhas reflexões sobre esse assunto.

Alguns são bem recentes e outros já são clássicos. O que todos têm em comum é que valem a pena conhecer para dar aquele up na criatividade.

Vamos lá!

Um “TOC” na Cuca (1998)

Tenho um carinho especial por essa obra porque foi o primeiro livro especificamente sobre criatividade que eu li. Eu tinha 17 anos e estava fazendo Artes Visuais (antes de ir pro Design) e me deparei com esse livro por indicação de um professor. 

O americano Roger Van Oech escreveu esse livro explorando 10 dos principais bloqueios criativos. Entre eles, o que mais me marcou foi o pensamento de “eu não sou uma pessoa criativa”.

Essa ideia que assombra muitas pessoas, desde então, ficou pipocando na minha cabeça como algo pelo qual sinto vontade de lutar contra. Por isso estamos aqui hoje, fazendo o que fazemos aqui no blog, no nosso Instagram e no InsPiradas Podcast. 🙂

E vem muito mais por aí, aguarde!

A História Secreta da Criatividade (2016)

Escrito por Kevin Ashton, a quem se atribui a criação do termo “Internet das coisas”, esse livro explora os altos e baixos do processo criativo.

A proposta central de Ashton é desmistificar a ideia de que criatividade é um talento excepcional de poucas pessoas, de áreas específicas.

Contando histórias reais que vão desde meninos em plantações de baunilha até médicos que não queriam lavar as mãos, esse autor desconstrói o mito e reconstrói a ideia de criatividade como fruto de dedicação, experimentos e trabalho, MUITO trabalho.

Arte e ciência da criatividade (1978)

Cara, esse livro é muito aquele exemplo de que não podemos julgar pela capa.

Quando o vi na estante da minha irmã, peguei para dar uma olhada, porque o título falava de ciência. Até então, eu só tinha lido livros de pessoas que aprenderam sobre criatividade na prática; faltava ainda esse contato com pesquisas científicas na área.

Evidentemente, por ser um livro do final da década de 1970, pode ficar um ar de ultrapassado já que existem muitas teorias novas que foram desenvolvidas nesse meio tempo (que por sinal, são super bem tratadas no próximo livro da lista). 

Mas vale a pena conhecer a linha de pensamento que o autor (George F. Kneller) constrói, que passa desde as teorias filosóficas sobre a criatividade (que inclui até a visão de que o criativo é um louco) até os primeiros estudos científicos na área de psicologia.

Teorias da Criatividade (2020)

Organizado pelas docentes da UNB Mônica Souza Neves-Pereira e Denise de Souza Fleith, o livro Teorias da Criatividade é uma novidade que me surpreendeu pela profundidade e linguagem acessível.

Cada capítulo do livro trata de um pesquisador marcante da psicologia que contribuiu para o avanço da compreensão científica sobre a criatividade. E o legal é que você não precisa ser um super especialista na área para entender as bases de cada teoria.

Passando por pesquisadores que já deixaram seu legado e por outros que estão na ativa, o livro explora detalhes sobre cada linha de pesquisa. Como todo bom material científico, também apresenta críticas a esses modelos teóricos e perspectivas para futuros estudos.

Criatividade e processos de criação (1977)

Na universidade onde cursei Design, nós tínhamos uma disciplina chamada “Psicologia”, que foi onde estudamos as bases da criatividade. Foi nessa matéria, logo no primeiro período de curso, que ouvi falar dela: Fayga Ostrower.

Contudo, o que eu ouvi falar não foi nada legal. Os veteranos detonavam o livro dela de todas as formas possíveis. Onde já se viu alguém gostar de ler Fayga?

Mas felizmente, a gente cresce, olha pra trás e dá uma segunda chance pras coisas. Voltei para esse livro esses tempos atrás e descobri o quanto a gente é besta quando entra na faculdade, haha.

Esse livro é uma obra preciosa, escrita por uma mulher nascida na Polônia e naturalizada brasileira e que construiu uma belíssima carreira de artista e docente.

Com sua visão ampla sobre a criatividade, explora como aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais influenciam na percepção e prática criativa.

É um clássico que me arrependo de não ter dado o devido valor na primeira vez que me deparei. Mas vida que segue!

Confiança Criativa (2019)

Fechando a lista com o livro dos meus bigodudos favoritos, os irmãos Tom e David Kelley. Confiança Criativa foi o tema também do Ted Talk do David, que já falamos aqui no blog.

Esse livro também tem um quê de pesquisa científica, já que os autores comentam sobre o contato que tiveram com Albert Bandura, pesquisador na área de psicologia social, que trabalhou bastante com a ideia de superação de fobias.

Partindo do pressuposto de que para criar é preciso superar o medo de errar, os autores mostram por meio de sua experiência prática e reflexões que é possível sim conquistar confiança para criar mais e melhor.

Livros sobre criatividade: conclusão

Apesar de eu ser uma pessoa muito pragmática (aquelas que gosta de ver acontecendo na prática ao invés de ficar flutuando no mundo das ideias), sou super a favor de conhecermos a teoria das coisas. 

Quando conhecemos as bases teóricas sobre algum tema, podemos observá-lo com um olhar mais atento. A teoria (ao meu ver) não existe para moldar o mundo, mas para compreendê-lo melhor e melhorar nossa interação com a vida real.

Estudar, como um amigo meu uma vez falou, pode ser muito parecido com o Karatê Kid colocando e tirando o casaco (ou pintando a cerca / encerando o carro, como a sua referência preferir).

É difícil perceber o quanto estamos crescendo enquanto estamos ali naquela coisa repetitiva de sentar a bunda na cadeira e ler, ler, ler. O processo é, em grande parte, cansativo e frustrante.

Mas na hora do “vamo vê”, de alguma forma aquele conhecimento é acionado e você consegue experienciar a vida de forma mais profunda e chegar mais longe.

Então pessoinha querida que leu até aqui: valorize seu tempo de leitura e manda ver na prática! Tudo faz parte. 🙂